sábado, 31 de dezembro de 2011

Erga os braços minha baiana e agradeça a Deus

Ainda que falte o luxo, mesmo que falte o detalhe para parecer como é na realidade, o samba sempre vai existir porque jamais se conforma com essa mesma realidade.

Feliz ano novo aos amigos da cultura do samba

Feliz ano novo a todos os sambistas e amantes da cultura do samba do carnaval. Quanto ao nosso blog, 2012 teremos muitos projetos. A luta é árdua, pois mantenho o blog com dificuldade de tempo e materiais. As matérias, fotos são nossas; os sambas de domínio público mas gostaríamos de enriquecer o material com vídeos e outras coisas. Temos um blog de carnaval voltado para uma visão: ver o carnaval como uma cultura rica, próxima da acadêmica e das mais belas. Acabar com a visão destrutiva da competição, do melhor e pior, pois arte é admirar em seu momento, em sua conveniência. Dar um nível de alta cuktura ao samba, defendendo pontos esquecidos e desprezados por todos.

Faço um apelo. Aquele que quiser cooperar, entre em contato comigo pois este blog não tem dono pois são de todos que querem veícular o samba como alta cultura. Meu e-mail é rob.oikia@yahoo.com.br e sou Roberto da França Neves.

Mais uma vez: feliz ano novo a todos aos amigos do samba. Até 2012

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Conheça a Intendente Magalhães...





Conheça a Intendente Magalhães. Por que não trocar a solidão do sofá da sala nos dias de carnaval assistindo a desfiles de especiais que não sabem que você existe pelo fascinante carnaval da Intendente Magalhães? Conhecer sambistas da antiga, bater um bom papo, assistir desfiles da tradição do samba, belas mulheres do outro lado da rua, vários ambientes, descobrir como se concentra uma escola de samba, a dispersão dos componentes, os trabalhos de barracão ainda lá atrás, comidas típicas...eis o fascinante universo de carnaval da avenida Intendente Magalhães.

Stanislaw da Santa Cruz, o samba-enredo sem final...

O sambas-enredo é um gênero músical bastante peculiar, sem dúvida, o mais estranho de todos do seu nicho. Ele é produzido para um desfile de componentes e deve acompanhar as artes plásticas. Outra característica é que ele é feito a partir de um tema que tem um conteúdo extenso. O que mais fascina (consciente e inconscientemente) no samba-enredo - e é um dos motivos principais desse blog e desse ideal existir, além de ser mais alta peculiaridade, predominantemente artística de alto nível- é a relação entre o pequeno samba (a música popular é simples e "pequena" por si) e o conteúdo mais complexo com mais escopo. A música de forma geral, não importando o ritmo, retrata motivos populares, no máximo histórias simples. O samba quer retratar histórias longas e complexas. Por não conseguir tal efeito ou por ser o enredo desproporcional à musica, surge o "carnaval" em si. O samba é a metalinguagem na música da fantasia do mascarado com corpo de ser humano. Nossa missão é mostrar que o samba-enredo é de carnaval não só porque é feito para um desfile que ocorre no carnaval ou tenha laços históricos com este. Nossa missão é apresentar que o samba é essencialmente carnavalesco, sem dúvidas, uma profunda mágica de arte, ou melhor, de artes de música, dança, escultura, pintura, instrumentos musicais etc, - mais um vez, carnaval.

Nossa missão é mostrar o samba-enredo e o carnaval como uma arte à parte, uma música ricamente poética, que ainda tem sido desprezada pelos centros acadêmicos. Enquanto não expomos mais este sentido, vamos ver outra característica do samba: a capacidade de retratar qualquer assunto do mundo humano. Nenhuma música é capaz de tal efeito e se assim se dispor cairá no ridículo. Ouçamos mais um samba-enredo campeão: Santa Cruz 1989 em homenagem ao grande jornalista  brasileiro Stanislaw Ponte Preta. E observem o quanto o samba é menor que o seu enredo- O CERNE DO CARNAVAL. Para quem não conhece o homenageado, observe como o samba brinca com uma ideia como a criança-adulta que foi o grande Sergio Porto, pois quem não tem quiabo não oferece caruru, disse assim o jornalista no meio do sussuru.



 Acadêmicos de Santa cruz 1989 - Stanislaw, uma história sem final
 Autor: Nei, Daguinho, Edinho E Cuca

Exaltando a passarela
A Santa Cruz vem homenagear
Sérgio Porto
E suas obras imortais vamos cantar
É a saudade que ficou em seu lugar
Nasceu em Copacabana
Conheceu lindas mulheres
Todas elas conquistou
E nas muitas noites de orgia
Foi gozador e fez da vida poesia
Tia Zulmira
Stanislaw sempre exaltou
E fez do crioulo doido
Uma obra de valor
Senhor ministro vou lhe diplomar
Vais receber o "Febeapá"
Você falou, eu vou morrer de rir
Quem deve ao Brasil é o FMI
Quem não tem quiabo
Não oferece caruru
Disse assim o jornalista
No meio do sururu
É alegria, é simpatia, é carnaval
O poeta hoje conta uma história sem final


http://www.4shared.com/mp3/vbjyB7oY/01-Acadmicos_de_Santa_Cruz.htm

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Unidos do Jacarezinho 1986

http://www.4shared.com/audio/2F_-hKo6/Smba-Net_-_Unidos_do_Jacarezin.html

Alteração na letra de samba e no samba

 Alteração de letra do samba da Estácio 2012 mostra a tendência equivocada do samba-enredo de optar pelo clichê, de ajudar o carnavalesco a mostrar seus figurinos, e principalmente, de imitar o cinema fazendo as esculturas dançarem ou complementando o samba naquilo que ele deduz facilmente.

Concorreu o trecho:
ARLEQUINS, PIERRÔS E COLOMBINAS
ONDE A LIBERDADE PREDOMINA

Foi optado por:
ARLEQUINS, PIERRÔS E COLOMBINAS
CHUVA DE CONFETE E SERPENTINAS
Onde há arlequins, pierrôs e colombinas, certamente, até por rima, haverá chuva de confete e serpentina. A bela ideia de "Onde a liberdade predomina", sem dúvida, síntese do carnaval e do seu enredo foi preterida.


CAI O SOL, SURGE A LUA A BRILHAR
O MORRO DESCE PRA DESFILAR
NOBREZA MISTURA DE RAÇÃS
NUM ESTADO DE GRAÇA
É A FORÇA DO MEU SAMBA A ME GUIAR
E NESTA ONDA EU VOU
COM MUITO AMOR E EMOÇÃO
DOS BRASIS AQUELE ABRAÇO
NO COMPASSO DOS SEUS PASSOS
NESSA ETERNA CRIAÇÃO.
DESCENDO A LADEIRA NA QUEBRADEIRA...(NO RUFAR DO TAMBOR)
FILHOS DE GANDHI, POVO DE KETU...(TIMBALEIRO CHEGOU)
LAPA PRESENTE DE ORUNMILÁ...(AO SOM DE IJEXÁ)
TODOS PRA TE VER SAMBAR.
NO CORDÃO DA BOLA PRETA A FANTASIA
CINELÂNDIA, ONDE TUDO ACOTECIA
ARLEQUINS, PIERRÔS E COLOMBINAS
ONDE A LIBERDADE PREDOMINA
E NUM IMENSO CORTEJO, A DESFILAR
COM O APITO DO MESTRE A ECOAR
LUMA, ÉS UMALUZ QUE NOS CONDUZ
BATE FORTE NO MEU PEITO O CORAÇÃO
NESTE MUNDO DE ILUSÃO
É CARNAVAL MUITO PRAZER SOU ALEGRIA
MEDALHA DE OURO É MINHA BATERIA
MEU SAMBA ME DIZ, QUE A INSPIRAÇÃO É VOCÊ
LUMA EU VIM AQUI SÓ PRA TE VER

ESTÁCIO 2012

O Candeia do Jacarezinho, uma bela obra de carnaval


Grande samba campeão do grupo 1-b, equivalente ao grupo de acesso A das escolas de samba, em 1987. Escola de samba Unidos do Jacarezinho homenageia Candeia com grande poder de síntese de sua vida e obra. Mesmo um samba que prima por coerência entre as partes, respeito e exaltação a um grande gênio do samba não deixa de se carnavalizar. Vale pensar esse refrão:

Olha o jongo, boi-bumbá
Olha o maculelê (bis)
Capoeira vou jogar

Mistura-se artes da cultura negra cuja única síntese é Candeia. Entretanto, os quatro primeiros versos são bastante lógicos em si. O tempo que passou, nos traz saudade e por isso vamos relembrar:

O tempo que passou
Nos traz recordação laia laiá laiá
Vamos lembrar na avenida
Candeia, luz da inspiração (ao som)

Mesmo assim, observe ao ouvir como o "tom", nesses versos e nos seguintes, fica profundamente triste, mórbido, em tom menor. Estilo tradicional em grandiloquência, homenagem bem centrada e lógica, mas melodicamente como um dia nublado. Há muito que estudar no samba e para isso é necessário fazer muita estatística, além de ter conhecimento musical aprofundado. Não é trabalho de um só e ainda há uma seara a se descobrir.

Entretanto (mais uma vez um entretanto) vale a pena observar o lado sine qua nom do carnaval no samba de Candeia: Portela, sambas, Quilombo, boi-bumbá, jongo, maculelê, capoeira, músicas e ideiais de vida e algum etc não dito. Tudo isso junto e misturado num samba de muita dignidade e ainda com uma quase poesia de elegia melancólica, em que a seriedade do tema tem que estar em foco. Mas não é carnaval?

Mas este foi o carnaval do Candeia do Jacarezinho: a seriedade de uma poesia às vezes de lamento com tantas outras coisas: uma obra de carnaval. O samba não deixa de ser "carnaval" até quando fica sério ou precisar se encenar com nostalgia e exaltação.

Obrigado, Pedrinho Total e pessoal por esta bela obra de carnaval autêntico para a Unidos do Jacarezinho, mais uma vez, campeã.





1986
Enredo: Candeia, Luz da Inspiração
Compositores: Bené do Feitiço, Pedrinho Total, Zé Leitão, Vilmar e Marquinho Mancha

O tempo que passou
Nos traz recordação laia laiá laiá
Vamos lembrar na avenida
Candeia, luz da inspiração (ao som)
Ao som da viola e pandeiro
Sou mais o samba brasileiro
Assim ele nos dizia
Portela, sua escola de coração
Que emoção ao desfilar com os sambas que ele fazia
Fundou Quilombo, que aos pobres ajudou (ajudou)
E a linda arte negra também mostrou

Olha o jongo, boi-bumbá
Olha o maculelê (bis)
Capoeira vou jogar

(Ele inovou)
Ele inovou, revivemos sua raça
Tornando todos os dias em um dia de graça

Bate palmas para mim (plá plá plá) (bis)
O patrão que o ano inteiro vive a me torturar

Cantar (oi cantar)
É a maneira de desabafar
É sorrir pra não chorar
Igualdade, liberdade é natural
Pro negro não mais voltar ao humilde barracão
Para toda humilhação acabar afinal
Agora canta, meu povo canta
Esquece as mágoas porque hoje é carnaval
Agora canta, meu povo canta
Em homenagem ao sambista imortal

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Lins Imperial 1975


Lins, campeã do Acesso de 75, subindo ao grupo principal. Um belo samba com ideias tristes, mórbidas, sem um sentido muito claro, uma história mais cantada como motivo de história do que como história mesmo, um samba não preocupado em ajudar o carnavalesco mas em mostrar sentimentos. Um samba que é uma página impar na história do carnaval e que talvez jamais seja repetido.

1975
Enredo: Dona Flor e seus Dois Maridos
Compositores: Neneco e Preto Velho

Em cada coração uma saudade
Em cada saudade um grande amor
Dona Flor com seus encantos
E o seu coração sofredor, sofredor
Naquela manhã de carnaval
A alegria era geral
Quando a triste notícia chegou

Dona Flor chorou
Chorou, chorou (bis)
Morreu Vadinho, seu primeiro amor

No segundo casamento
Dona Flor foi mais feliz
Teodoro Madureira
Deu-lhe tudo o que bem quis
Agenor com sua orquestra
Animava o salão
E na rua os seresteiros
Entoavam esta canção

Oi lá vem ela
Oi lá vem ela (bis)
Tão meiga e tão bela

Deflagrou-se àquele dia
A guerra dos santos na Bahia
Nos terreiros, os alabês
Tocavam em seu louvor
Saravando os orixás
Porque Vadinho voltou
No gongá de Xangô

Inaê, inae ô ô (bis)
Inaê, inaê ô ô



http://www.4shared.com/mp3/G7yB0dKW/01-_Lins_Imperial_1975.html

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A linha temática do blog na defesa do carnaval

Este não é um blog de divugação do carnaval. Divulgamos o carnaval dentro de uma linha cultural e artística e estamos mais voltados para essa visão dentro da história das escolas de samba. Estou repostando uma crônica sobre o samba do Jacarezinho 92 e os trabalhos da escritora Maria Clara Machado. Esse texto apresenta a linha do blog e do que queremos para o samba:



Jacarezinho visita a poesia no reino de Maria Clara Machado

Jacarezinho é o samba, que vista a poesia, poesia inédita, desconhecida pelos sambistas e poetas, no reino de Maria Clara Machado.

O que é samba-enredo?

A visita do Jacarezinho ao reino encantado de Maria Clara Machado responde.

Samba não é clichê de frase-feita, de falsa exaltação à escola, um tom grave como se o carnaval fosse uma religião. Carnaval é uma “festa pagã”, é uma brincadeira, é o próprio deus sarcástico que foi expulso do Olimpo. Os sambas de hoje querem colocar seus enredos e homenageados no paraíso mas esquecem que Momo foi expulso de lá. E na essência do carnaval, quais os versos e os refrões musicais que tínhamos nos cordões do início do século? A brincadeira, a gozação da vida, nunca em tom radical de pilhéria (havia um orgulho, uma densidade de não ser sério) mas jamais na naquilo como se o contar do samba fosse um hino

E por falar dessa visita, ninguém segura o Jacaré, tem poesia e samba no pé. Sou Jacarezinho e sou criança; eu me fantasio de criança e vou brincar no reino da Maria Clara. Eu não estou falando de uma criança, da Alice, que atrás do coelhinho apressado caiu no abismo e se perdeu, e descobre a realidade...a realidade da “desfantasia” ; eu sou a criança, sou, eu sou, eu sou, três vezes. E visito o mundo encantado. E na doce inspiração do poeta verdadeiro do carnaval, clareou, e como clareou Maria Clara Machado; eu não falo de alguém mas esse alguém clareia na minha imaginação. Meu coração é o relógio que bate tique-taque forte e logo sou recebido por bonecos engraçados. E sem qualquer coerência perturbadora dos que querem destruir a música, logo me encontro com o doutor que faz crescer no “lá vou eu pra conhecer” daquele jeito de criança que sai correndo “pra” brincar. Caio no samba com a bruxinha boa, dispenso a má, num “sai pra lá’, bem do jeito como gosto de falar, pois é carnaval e eu quero mesmo é saracutiar nesse refrão que lembra os dos antigos cordões do passado:

Vem brincar, bruxa boa
Sai pra lá, bruxa má
É carnaval
E eu quero é saracutear

Como és tão linda!
Como és formosa!
Olha os Destemidos
No galho da rosa.

Moreninha bela
Hei-de te amar
Sonhando contigo
Nas ondas do mar.

Tudo ocorre num passe de magia, sem explicação, porque poesia, música e samba são encantamento . Vou paro o outro mundo, o reino medieval, e ali estou dramatizando uma disputa com o dragão: quem vencer “leva” a filha do rei. E de mundo em mundo, agora estou no circo, que transborda alegria. O coração explode de emoção porque sem mais nem menos monto no cavalinho azul para investigar quem matou o leão. E o “mais malandro”, bons tempos, aqui é o camaleão. De repente, paro na Arca de Noé, não a verdadeira, séria e autodestruidora da consciência, mas a do sonho da música e do conto, por isso canto com todo força: “O dilúvio pode vir / Pois afinal sou Jacaré / Pego carona na arca de Noé”. Mal saí da Arca, nem me despedi e agora estou num duelo de bang-bang no faroeste de Tribobó, caramba, quem sacar primeiro levar a melhor. Nem preciso saber o que aconteceu, sei lá, estou vivo, mas vejo o fantasminha Pluft, pois estou na Sapucay, e tudo é possível no sem-nexo do carnaval e do samba. O samba é a incoerência mais bela e nobre da música. O carnaval é um remontar louco de coisas perdidas do inconsciente. Mas, infelizmente, Maria Clara Machado, quando voltar nos próximos sambas de carnaval vai me conduzir à ilusão pelo mundo da realidade.

A Visita do Jacarezinho Ao Reino Encantado de Maria Clara Machado

Sou Jacarezinho e sou criança
E visito o mundo encantado
De uma doce inspiração
Que clareou "Maria Clara Machado"
Tic-tac meu relógio bate forte
Sou recebido por bonecos engraçados
Lá vou eu pra conhecer
O doutor que faz crescer

Vem brincar bruxa boa
Sai pra lá bruxa má
É carnaval eu quero é saracotear

E num passe de magia... me encontrei
No reino medieval quem matar o dragão
Leva a filha do rei
O circo transborda alegria
Explode coração de emoção
Vou no cavalinho azul pra saber
Quem matou o leão
O mais malandro aqui é o camaleão
O dilúvio pode vir
Pois afinal sou Jacaré
Pego carona na arca de Noé
Quem sacar primeiro leva a melhor
Tem faroeste e bang-bang em Tribobó

Olha o Pluft aqui, olha o Pluft ali
Um fantasminha na Sapucaí

Sambas do Acesso 2012 - Grupo A

O carnaval e a arte contemporânea




A discriminação dos centros acadêmicos e de toda intelectualidade ao carnaval tem poucas explicações. Poucos e parcas como ainda está a mentalidade brasileira. Carnaval é uma festa de bunda para os idiotas. É uma festa de luxo para os que não conseguem ver além do grupo Especial. O carnaval é a mais rica e autêntica arte contemporânea, mas o carnaval de verdade, como este da Intendente Magalhães. Mas a culpa da discriminação do carnaval como arte de alto nível não só é das academias. É do sambista, dos artesões da festa popular porque muitos não descobriram que carnaval não é luxo, nem lixo mas uma cirurgia artística de lixo e luxo como João do Rio via nas ruas as serpentinas que "riscavam" o ar ou os tambores que rufavam, os bumbos que zabumbavam e as pessoas que gritavam.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Um branco na cabeça

O que é, o que é ... o samba-enredo de Gonzaguinha?

De novo, sambas-enredo mágicos de desfile ou de roda de amigos num botequim permanecem para sempre. Só não fica o samba que não tem a pureza da resposta das crianças, que é a vida e é bonita, é bonita e é bonita.

Carnaval de rua e da Intendente Magalhães

Um pouco do carnaval de rua e de escola de samba, separados lado a lado depois das três horas da manhã na Intendente Magalhães. Durante a noite fica muito mais cheio dos dois lados.

O carnaval da Intendente e do Acesso é a verdadeira arte de carnaval.



Gonzaguinha e uma reflexão de samba

A todos os compositores que perderam seu samba em disputas em quadra minha solidariedade neste natal. Assim falo porque tambem fui desclassificado na Unidos do Cabuçu; na verdade me cortei porque tinha outras prioridades na vida e quem quer tudo não quer nada. Entretanto, meu trabalho e o nosso, que, por enquanto, ouvido por mim e um grupo de amigos deixou de existir. Será? 

Ouvindo Gonzaguinha, Perna na Mundo ou O que é, o que é? , fiquei pensando, matutando e concluindo que o samba é mais que avenida. Samba é música e como música pode ser cantado em todas as épocas do ano, sempre, sempre. Não há sambas perdedores quando o samba é arte, diga-se de passagem é o trem de luxo que parte para exaltar a sua arte, que sempre encanta madureiras e outras terras de samba.

Quando fiz o meu sambinha pra querida Elzinha Soares, da qual sou fã, já não sabia se poderia suportar a força da disputa. Então, pensei em fazer a minha homenagem à cantora que recompõe música com a própria voz. Meu Deus, Meu guri de Chico quando ouço na voz da Elza já não é mais do Chico mas da Elza também. Fiz o meu samba do jeito que queria, botei a perna no mundo e subi a Araujo Leitão; e enfrentei o microfone tão inóspito para a minha voz. Como dizia alguém já posso dizer também: Cantei sem saber cantar. E ainda virei compositor. Estou feliz com minha arte e penso que meu samba ainda terá de ser cortado pelo público. Fazer uma boa gravação e divulgar o samba que é homenagem a Elza através da escola das estrelas e dos leões.

Para quem pensa que o corte é o fim do samba-enredo, está aí o samba do Gonzagunha, que não entrou em disputa de quadra mas é samba, samba-enredo mágico: