sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Stanislaw da Santa Cruz, o samba-enredo sem final...

O sambas-enredo é um gênero músical bastante peculiar, sem dúvida, o mais estranho de todos do seu nicho. Ele é produzido para um desfile de componentes e deve acompanhar as artes plásticas. Outra característica é que ele é feito a partir de um tema que tem um conteúdo extenso. O que mais fascina (consciente e inconscientemente) no samba-enredo - e é um dos motivos principais desse blog e desse ideal existir, além de ser mais alta peculiaridade, predominantemente artística de alto nível- é a relação entre o pequeno samba (a música popular é simples e "pequena" por si) e o conteúdo mais complexo com mais escopo. A música de forma geral, não importando o ritmo, retrata motivos populares, no máximo histórias simples. O samba quer retratar histórias longas e complexas. Por não conseguir tal efeito ou por ser o enredo desproporcional à musica, surge o "carnaval" em si. O samba é a metalinguagem na música da fantasia do mascarado com corpo de ser humano. Nossa missão é mostrar que o samba-enredo é de carnaval não só porque é feito para um desfile que ocorre no carnaval ou tenha laços históricos com este. Nossa missão é apresentar que o samba é essencialmente carnavalesco, sem dúvidas, uma profunda mágica de arte, ou melhor, de artes de música, dança, escultura, pintura, instrumentos musicais etc, - mais um vez, carnaval.

Nossa missão é mostrar o samba-enredo e o carnaval como uma arte à parte, uma música ricamente poética, que ainda tem sido desprezada pelos centros acadêmicos. Enquanto não expomos mais este sentido, vamos ver outra característica do samba: a capacidade de retratar qualquer assunto do mundo humano. Nenhuma música é capaz de tal efeito e se assim se dispor cairá no ridículo. Ouçamos mais um samba-enredo campeão: Santa Cruz 1989 em homenagem ao grande jornalista  brasileiro Stanislaw Ponte Preta. E observem o quanto o samba é menor que o seu enredo- O CERNE DO CARNAVAL. Para quem não conhece o homenageado, observe como o samba brinca com uma ideia como a criança-adulta que foi o grande Sergio Porto, pois quem não tem quiabo não oferece caruru, disse assim o jornalista no meio do sussuru.



 Acadêmicos de Santa cruz 1989 - Stanislaw, uma história sem final
 Autor: Nei, Daguinho, Edinho E Cuca

Exaltando a passarela
A Santa Cruz vem homenagear
Sérgio Porto
E suas obras imortais vamos cantar
É a saudade que ficou em seu lugar
Nasceu em Copacabana
Conheceu lindas mulheres
Todas elas conquistou
E nas muitas noites de orgia
Foi gozador e fez da vida poesia
Tia Zulmira
Stanislaw sempre exaltou
E fez do crioulo doido
Uma obra de valor
Senhor ministro vou lhe diplomar
Vais receber o "Febeapá"
Você falou, eu vou morrer de rir
Quem deve ao Brasil é o FMI
Quem não tem quiabo
Não oferece caruru
Disse assim o jornalista
No meio do sururu
É alegria, é simpatia, é carnaval
O poeta hoje conta uma história sem final


http://www.4shared.com/mp3/vbjyB7oY/01-Acadmicos_de_Santa_Cruz.htm

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