quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Blanc e Bosco: O bêbado e a equilibrista: um samba carnavalesco

O samba que não virou carnaval








 Este samba, O bêbado e a equilibrista, é uma daquelas músicas que tem o "tom" do samba-enredo. Basta ser cantada uma pouco mais acelerada, que pode-se notar. Mas vamos, num outro exercício de criatividade, esquecer a melodia e pensar na letra...sim, o quanto a letra tem de características de samba-enredo. Em breve, vou colocar novamente a música, mas com a interpretação (a sua relação de sentido com o samba carnavalesco) e uma grande novidade sobre esse samba. Bem, nem tanto assim para quem aprecia o samba nas suas raízes do acesso mas muitos que amam essa música não sabem que ela já foi enredo de escola de samba. E por ter virado enredo a torna mais interessante para a nossa reflexão. Boa apreciação!




O BÊBADO E A EQUILIBRISTA
COMPOSITORES: ALDIR BLANC E JOÃO BOSCO

Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos...

A lua
Tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel

E nuvens!
Lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Prá noite do Brasil.
Meu Brasil!...

Que sonha com a volta
Do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora!
A nossa Pátria
Mãe gentil
Choram Marias
E Clarisses
No solo do Brasil...

Mas sei, que uma dor
Assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança...

Dança na corda bamba
De sombrinha
E em cada passo
Dessa linha
Pode se machucar...

Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar...


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